terça-feira, 28 de setembro de 2010

Edições dos livros de A. E. Waite no Brasil

De acordo com o post anterior quis verificar os diferentes livros de Waite que consegui levantar.


"The Pictorial Key to the Tarot" de
Arthur Edward Waite. Pela editora Escala
 (esquerda) e pela editora Kuarup (direita).
Chegam ao mesmo tempo dois livros de Waite: Tarô – A sorte pelas cartas, lançado pela Ediouro e O Tarô Ilustrado de Waite, da Editora Kuarup. Já nas primeiras páginas vê-se que são dois títulos para o mesmo livro. É tão chato ter dois livros iguais. Aliás, não tão iguais assim... Além dos títulos diferentes há diversas nuances entre as edições. Vejamos:





As mini-cartas no livro da Escala, meu dedão serve de escala...
A edição da Ediouro acompanha 78 mini-cartas para se recortar no fim do livro. É possível achar essa edição em bons sebos ou pela Estante Virtual, mas cuidado com as descrições dos livros, muitos livreiros não colocam as descrições condizentes com o que o livro oferece. Sobre essas mini-cartas elas são interessantes como instrumento de estudo dos símbolos e comparações, mas para jogar é impraticável, por causa do tamanho. Algumas cores também não conferem com o que se conhece das cartas.Isso é algo corrente nas edições do baralho de Waite, a cada edição há uma diferença no preenchimento e nas cores escolhidas.





Reprodução da Kuarup.
Reprodução da Escala.
Voltando aos livros. Comparando a edição da Ediouro com a versão da Kuarup verifica-se grande diferença nas reproduções que acompanham o texto descritivo de Waite para cada carta. As da Kuarup têm tons de cinza que não valorizam os traços de Pamela Colman-Smith. As da ediouro são muito boas. Porém o lado posistivo da edição da ediouro termina aqui, a da Kuarup possui um texto muito mais fluido, mérito do tradutor e do revisor. Além disso, o texto é enriquecido com várias notas explicativas, algumas traduzindo as diversas expressões latinas que Waite profusamente utilisa, como flos campi e lilium convallium (flor do campo lírio dos vales). Não que isso melhore o entendimento, mas...

Enriquece a edição da Kuarup um excerto de outro livro de Waite “ O Santo Graal”, de onde o autor define a origem do Tarô; uma introdução; e uma “Notas sobre o Tarô como um jogo”, ambas por Gertrude Moakley.


Na dúvida, leve os dois... Na dívida, fique com um folheto resumido...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Livros de Arthur Waite



Como já havia dito antes gostei muito do manual da Artha, que acompanha o baralho Rider-Waite. Mas queria me aprofundar mais na significação das cartas e no proceso de criação delas. Assim nada melhor do que ler a obra original de Waite. No folheto eles dão uma empurradinha: “no livro o Tarô Ilustrado de Waite, escrito por ele, editado no Brasil pela Artha Editora, poderão também ser encontrados mais detalhes a respeito dos Arcanos Maiores, e sua vinculação com a Doutrina Secreta, seus símbolos, a história do Tarô, mais significados divinatórios para as cartas, significados adicionais de acordo com a cartomancia, baseados em conhecimentos de cartomantes consagradas em sua época e significados que se repetem nos Arcanos Menores ( por exemplo: dois Reis, três Reis...). Além disso ele faz questão de diferenciar também a utilização do Tarô como um método de desenvolvimento interior, da utilização deste baralho como um método de adivinhação”.


Eu tenho um problema não posso ler uma indicação que tenho que ir atrás... Mas exatamente esse livro é difícil de encontrar, Cultura e Siciliano não possuem em seu  acervo. Só encomendando diretamente com a Editora... Além do que no site da editora não tem o preço do livro... me deu preguiça de ligar e perguntar. Na EstanteVirtual tem vários títulos de livros de autoria de Arthur Waite: Tarô Ilustrado de Waite, O Tradicional Tarô de Waite e Tarô a Sorte pelas cartas. Mas nenhum da Editora Artha... Serão os mesmos títulos? Ou serão mesmo diversos livros diferentes? Vou experimentar, pois são bem baratos. Totaliza R$6,00 com frete: Tarô a sorte pelas cartas, da Ediouro, de 1985.
Daqui uma semana chega...

Em Busca do Baralho Perfeito...

Estudando o livro de Papus em paralelo com o livro de Geringer percebo que o tarô é diversas vezes comparado com outros ensinamentos esotéricos. Cada carta é associada à uma letra do alfabeto hebraico, um signo ou lua ou planeta, um elemento alquímico, um símbolo egípcio, um caminho sefirótico... São tantas associações que confundem o iniciante o que me dá a impressão de que para saber o Tarô é preciso antes compreender Cabala, Astrologia e Hermetismo. Por isso iniciei a busca pelo baralho perfeito, ou seja, um baralho que congregue de alguma forma todas estas associações.

Cheguei a pensar que que esse baralho fosse o que acompanha a edição do Tarô dos Boêmios, feito de acordo com as instruções e todas as associações que Papus traz. Porém, como já comentei aqui, é um baralho pobre, principalmente em relação aos Arcanos Menores. A sequência de 1 a 10 de cada um dos naipes são iguais, só mudando a numeração na parte superior da carta.

Então fazendo uma pesquisa sobre baralhos de Papus cheguei à este chamado Tarô Adivinhatório. Ele acompanha um livro editado no Brasil de mesmo nome. Uma breve review do livro e algumas imagens do baralho estão aqui: www.aecletic.net/tarot/cards/adivinhatorio.

Nas informações sobre ele consta que é um baralho baseado nos ensinamentos da Golden Dawn, as figuras principais lembram motivos egípcios e são pequenas com largas bordas brancas. Nestas bordas estão todos os símbolos e as associações que considero essencial em uma carta. Além disso, há um subtítulo ( por exemplo no Papa: “O Magnetismo Universal / Ciência do Bem e do Mal”). Estranho...


Mas esse achado em vez de respostas traz mais dúvidas... Pergunta:

- porque a numeração dos arcanos menores (Ás de Paus exibe o número 36) segue esta ordem?

Apesar de todas essas informações nas cartas, que num primeiro momento considerei essenciais, na verdade são dispensáveis. Poluem a carta e confundem  ao invés de esclarecer. Além disso, as cartas forçam um visual egípcio que não tem nada a ver com a tradição egípcia de figuração.

Continuo com o baralho de Rider-Waite...

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Entrando no Papus


Que feriado ridículo! Puro lixo na rua... Pelo menos dá para passar de papo pro ar...


A empolgação e a ansiedade deram espaço à apreensão. Pois de acordo com Papus o Tarô  possui um simbolismo egípcio, com ligação aos desenvolvimentos hebreus da cabala e, consequentemente, às letras do alfabeto deste povo, mais especificamente às letras hebraicas de Deus. Que trem complicado! Exemplo aí do lado (para os Arcanos Menores)... Tentando traduzir resumidamente o que Papus desenvolve, a estrutura do Tarô, tanto Arcanos Maiores como Menores, segue as quatro letras do tetragrama sagrado de Deus.


E as cartas que acompanham o livro, considerei-as muito insípidas, principalmente os Arcanos Menores. Por exemplo: o naipe de Paus, aparece uma clave no centro e seu número de 1 a 10. Parece que o artista ficou com preguiça de retratar o aumento quantitativo dos naipes... E cada uma das figuras das cortes repetem-se. Ou seja,  Rei de Paus vai ser o mesmo que o Rei de Espadas, só mudando o título da carta. Não é fraco, é fraquíssimo! 

domingo, 19 de setembro de 2010

O Autoconhecimento da Boêmia



Após a entrevista e acompanhar os últimos momentos da filmagem na barbearia do seu Machado, vou embora com sentimento de missão cumprida. Afinal é mais de um ano de correrias e idéias mil para ver esse documentário rodando.


Além disso estava ansioso para curtir as novas aquisições!!! Já da outra vez havia namorado o Tarô dos Boêmios de Papus, editado pela Martins Editora. Só que na Siciliano não havia essa edição, só a da Ícone que acompanha um baralho de cartas e com preço bem mais em conta!


Junto levei o Tarô e o Autoconhecimento de Mary Steiner-Geringer, da editora Pensamento. Este me chamou muito a atenção para a interpretação das cartas. Onde para cada uma delas é demonstrado seus aspectos cabalísticos, alquímicos, psicológicos, entre outros. É uma síntese das disciplinas esotéricas interligadas através do tarô.

Intermezzo

Estou em Porto Alegre e, antes de ir para a entrevista que eu devo dar ao documentário “Fez a Barba e o Choro” (produção da Besouro Filmes), vou dar uma passadinha no Shopping Praia de Belas - que é meio do caminho entre Zona Sul e Zona Norte - para ver o que há de bom em relação ao Tarô.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Tradições místicas



Já faz algum tempo que realizo pesquisas informais sobre as matrizes místicas das grandes religiões monoteístas. Comecei com os Gnósticos,  li bastante sobre eles (e as bobagens que as pessoas tem coragem de publicar), um pouco sobre Cabala (e as bobagens....), e por último o Sufismo, através do livro Iniciação ao Islã e ao Sufismo de Mateus Soares de Azevedo (da editora Nova Era). 

Pesquisando sobre Sufismo, me deparei com o artigo da Wikipedia - em ingês - e descobri que há uma forma de expressão musical para esse ramo místico muçulmano: o Qawwali.

Fui atrás e achei essa música maravilhosa que tem me acompanhado no meu aprendizado com o Tarô. Cada acorde, cada palavra, cada vocalização é como se me levasse mais profundamente num mistério que não consigo definir. 

Nessa jornada interior sinto cada uma das figuras surgindo de um fundo longínquo e comum.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Primeira leitura do tarô


Não resisti e ao chegar em casa, para teminar a domingueira, resolvi estudar as cartas. O Grande Tarô de Waite da Editora Artha.

Antes, não sei bem porquê, resolvi anotar a sequência das cartas que estavam no maço. Me chamando a atenção para o Louco (nº 0) antes da carta 21 (O Mundo). Por que isso? Qual o sentido, se é que existe, para esta sequência? Porque não começar pelo zero?

Os Arcanos menores estavam assim dispostos: copas, espadas, paus e ouros, vindo o Rei, a Rainha,o Cavaleiro e o Valete e a sequência do Ás ao 10. As cartas são todas escritas em inglês.

Outra preocupação que tive foi a de não deixar ninguém tocá-lo ou abrí-lo antes que eu o fizesse. Escrevendo isso reconheço que é meio besta, presunçoso, mas na hora me parecia razoável seguir a tradição das cartomantes, do candomblé/umbanda, de consagração das cartas dos baralhos ciganos. Pois já havia testemunhado a incomodação que provoca quando não é respeitado esse ritual.

Bom, após esses passos li o livreto explicativo com o significado resumido de cada carta. Na segunda parte do livreto há um exemplo de leitura: O antigo método celta de adivinhação. O livreto me pareceu claro e objetivo nas suas explicações.

Fiquei com vontade de realizar minha primeira leitura!!!

Para minha primeira leitura , apesar de o livro de Banzhaf ser bem completo, minucioso e didático em relação às especificações das leituras, resolvi seguir os passos do Método de Leitura Celta que consta no livreto da Artha. Os ensinamentos de Banzhaf utilizo para calcular a quintêssencia da tirada e verificar qual é o recado final da leitura.

E tenho de ser sincero, não consegui chegar à uma conclusão prática com a cruz celta. O que ajudou a elucidar a minha pergunta foi o resultado da quintessência. Soma total 82, por redução cheguei ao 10 e então ao 1.                       

A Roda da Fortuna no Tarô Rider-Waite-SmithO Mago no Tarô Rider-Waite-Smith
Primeiro com a Roda da Fortuna, indicando que eu possuo um problema a resolver (novidade!), e consequentemente por redução dando o Mago, pedindo habilidade com esforço para resolvê-lo












Como fiquei boiando na interpretação da cruz céltica, resolvi ir atrás. Peguei a carta final, no caso o Nove de Espadas (cartinha amedrontradora!), e coloquei-a na posição da "questão" (posição número 1) numa segunda leitura através do método celta
Nove de espadas  no Tarô Rider-Waite-Smith


Não vou comentar a interpretação dessa leitura, mas só vou dizer que a quintessência ilustrou bem a situação. Já que a pergunta, o problema basilar, era de ordem sexual, amorosa. A soma total foi de 78, por redução obtêm-se o 15 e depois o 6.
O Diabo no Tarô Rider-Waite-SmithOs Enamorados no Tarô Rider-Waite-Smith

Mostrando minha prisão com as questões do baixo centro de energia.
E que eu devo procurar uma solução para libertar o amor verdadeiro.













Sincronicamente acabou-se formando uma configuração  interessante, mesmo com toda minha ignorância...

domingo, 5 de setembro de 2010

Testando 1, 2, 3...


Fechando a trinca levo também do Banzhaf Tarô Sabedoria para todos os dias. Com leituras de diferentes planos das cartas do baralho de Rider-Waite. Estes planos, Banzhaf chama de rúbricas, assim, para cada carta há seis rúbricas (convite à reflexão, assuntos do coração, para o futuro, enfrentando uma crise, dica para o dia e o encorajamento).


Ótimo para consultas rápidas de cada carta. Um exemplo das seis rúbricas para a carta A Força:

 Ao mentalizar uma pergunta específica ou ao querer aconselhar-se de uma forma mais geral pode-se usá-lo de três formas distintas:

 - escolhendo uma carta de um baralho de Tarô;
 - abrindo em qualquer página aleatoriamente;
 - ou, ainda, usando um sistema quiromântico onde cada dedo da mão esquerda possui um significado diferente dependendo da pergunta realizada (geral-indicador; profissional – médio; amoroso – anular; negócios-mínimo). Aí com o dedo em riste e olhos fechados o consulente pousa-o sobre um disco com uma numeração aleatória. Estes números correspondem ao número da página onde a carta está.

Fiz um teste usando o dedo indicador e perguntando o que poderia esperar sobre esse empreendimento que inicio agora.... Eis o resultado:

ÁS DE COPAS

Ás de Copas  no Tarô Rider-Waite-Smith
“Para o futuro o ÁS DE COPAS lhe promete:
Você está diante de uma oportunidade maravilhosa de encontrar felicidade e satisfação, que você não deveria perder de forma alguma.”

Poderia ter dado resultado mais animador?

A descoberta do tarô

Caí nessa seção da Livraria Cultura despretensiosamente. Queria só desanuviar a cabeça um pouco, esquecer das encruzilhadas e folhear alguns livros esotéricos ou religiosos. Porém dou de cara com a sub-seção de Tarô e baralhos, assunto que nunca havia me tocado antes. E já me vem na cabeça “vou comprar um baralho!”

... Mas qual escolher? das Bruxas, de Marselha, Cabalista, da Vovó Cigana, de Waite, de Marselha. Resolvo folhear os livros e encontro mais um monte de opções...

 Resolvo folhear os livros de Hajo Banzhaf, primeiro o Livro do Tarô. Parece ser o ideal para novatos: possui o significado de cada uma das 78 cartas (do baralho de Waite), com exemplos de leitura e interpretação para três tipos de jogos diferentes. Na introdução do livro há uma apresentação do que é o Tarô, suas origens e os diferentes baralhos. Apesar de dizer que não há baralhos certos nem errados, o alemão implícitamente aconselha (principalmente ao neófito) o baralho de Rider-Waite, que possui situações ilustradas nas cartas numeradas dos Arcanos Menores. Apesar do conselho da minha esposa alertando-me que o Tarô de Marselha era o mais conhecido e mais tradicional (ela já viveu na França), vou pela dica de Banzhaf: adquiro o baralho de Rider-Waite da Editora Artha.