Em uma comunidade do Orkut - Cristianismo Esotérico - li uma recomendação para o livro de Fernando Sanchez Dragó: A Prova do Labirinto, da Editora Record/Nova Era. Encontrei um exemplar bem batido num sebo. É uma história sobre a busca do alter-ego do autor (Dionisio) do "verdadeiro" Jesus Cristo.
A história é bem promissora, por diversas vezes a leitura é instigante, beirando a aventura e o suspense. O final é um pouco frio, meio anticlímax. Pelo menos Dragó é honesto, não há grandes teorias conspiratórias nem segredos à venda. Aqueles mistérios e conspirações construídas no estilo de Código da Vinci.
Na verdade é um livro sobre o processo de escrita de um livro sobre o verdadeiro Jesus (pergunta: quantos já quiseram e quantos querem mostrar/revelar o verdadeiro Jesus?), um exercício de metalinguagem. Nas palavras do autor/alter-ego: "Busca por um Jesus mais cristão e menos católico", pois também de acordo com ele: "as doutrinas e as obras de Jesus têm pouco a ver com o que nos foi contado". Exagerado e pretensioso, não?
Algumas pinçadas:
"O trinitarismo vem do Oriente ou, quem sabe, da Tradição primordial, embora eu não tenha tanta certeza do último".
"Algum cristão conhece hoje a interpolação praticada no capítulo cinco da Epístola de São João? Seu sétimo versículo - "três dão testemunho (de Cristo) no céu: o Pai, o Verbo e o Espírito Santo" - constitui a única referência bíblica ao que, por erro e açodamento, transformou-se em princípio irrenunciável da ortodoxia católica: o dogma da Trindade. Em 1806 pôde-se comprovar que a frase não constava de nenhum dos manuscritos gregos anteriores ao século XV. Tratava-se de um adendo ocidental, com data do século IV e talvez imputável ao espanhol Prisciliano...."
"O Islã é apenas a resposta ao trinitarismo, dada por aqueles que não podiam e nem queriam renunciar à concepção unitária de Deus."
Para essa busca Dionisio fuma haxixe, conquista várias mulheres lindas e gostosas, trabalha numa casa de prostituição masculina na Índia (ou seja, dando o rabo prostituindo-se)... No mínimo interessante!

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